Pressionados pelo crescente movimento em defesa do meio ambiente, os fabricantes de televisores estão correndo atrás da "causa verde". E fazem isso utilizando novos projetos de aparelhos que economizam mais energia do que os tradicionais.
A maioria dos fabricantes que consultamos dizem que essas mudanças não têm maior impacto sobre a performance dos aparelhos; em alguns casos, até, afirmam que a qualidade de imagem deve melhorar. Um dos problemas gerados pela transição digital era que muitos dos novos modelos de TV consumiam mais energia. Isso acontece em parte devido ao aumento de tamanho das telas, mas também pelo uso de novos circuitos, mais complexos e "gastadores".
Diante disso, os fabricantes não tiveram saída: precisaram acionar seus departamentos de engenharia e design para fazer cair o consumo. "Quando nos demos conta de que nossos TVs em 2005 consumiam nada menos do que 5 trilhões de quilowatts/hora, começamos a nos sentir culpados", diz Bruce Berkoff, presidente da LCD TV Association, que faz análises e concede certificações para o que se convencionou chamar de "TVs Verdes".
Berkoff, que já trabalhou em empresas como a LG.Philips antes de assumir o cargo na Associação, lembra-se de quando a Philips começou a utilizar sensores de luz ambiente em seus TVs. Com isso, os aparelhos regulavam automaticamente seu brilho de acordo com as condições da sala. "Em nosso programa Green TV, uma das primeiras coisas que procuramos fazer foi mostrar aos fabricantes que usando um simples sensor você pode economizar pelo menos 30% do consumo quando apaga as luzes da sala", diz ele.
A LCD TV Association deu início ao seu programa Green TV para valorizar os produtos desse tipo, e também para dar aos fabricantes mais um selo que servisse de alerta aos consumidores. A LG foi a primeira a submeter seus produtos às análises da Associação. "Eles conseguiram 60% de economia de energia", diz Berkoff.
Agora, a Associação ampliou o programa para reduzir o consumo mais ainda. Além disso, instituiu campanhas de reciclagem de TVs usados e incentiva o uso de materiais recicláveis nas embalagens. Para ajudar a conscientizar os consumidores, a Agência de Proteção Ambiental do governo americano está ampliando seu programa EnergyStar, que agora ganha a versão 3.0. Basicamente, essa alteração visa alertar os consumidores de que os novos TVs passam a ter mais restrições quanto ao consumo de energia.
As novas normas se aplicam a dois modos de operação: quando o TV está desligado ou em standby; e quando está funcionando a plena carga. Em resumo, no modo standby um TV não deve consumir mais do que 1 watt. Já no uso diário, o consumo não deve exceder as seguintes fórmulas:
· HDTVs com área de visualização inferior a 680 polegadas quadradas devem consumir até 0.2 vezes essa área mais 32.
· HDTVs com área de 680 a 1.045 polegadas quadradas devem consumir no máximo 0.24 vezes a área mais 27.
· HDTVs com área de visualização superior a 1.045 polegadas quadradas devem consumir no máximo 0.156 vezes a área da tela mais 151.
Os fabricantes estão se adaptando a essas normas de formas variadas. A Panasonic, por exemplo, revelou na última CES, em janeiro, que sua linha de plasmas NeoPDP utiliza 50% da energia de um TV convencional de um ano atrás, do mesmo tamanho e nas mesmas condições de luminosidade. Para chegar a isso, a empresa informou ter utilizado um tipo de fósforo muito mais eficiente, capaz de emitir mais luz, segundo Bob Perry, vice-presidente executivo.
A empresa japonesa também melhorou a eficiência dos circuitos que aplicam energia a cada área do painel de gás (plasma), disse ele. "A energia desperdiçada num circuito de TV se manifesta na forma de calor. Conseguimos produzir circuitos tão eficientes que nossos TVs agora esquentam menos", explicou Perry.
Já a Sony lançou uma nova linha de TVs LCD cujo foco é manter o consumo no mínimo possível. A série Bravia VE5, também chamada "Eco TVs", que chega ao mercado americano neste verão, troca as lâmpadas fluorescentes catódicas convencionais (CCFL) por modelos do tipo HCFL (Hot Cathode Fluorescente Lamps), similares às lâmpadas usadas em escritórios. Nate Kraft, gerente da linha Bravia, garante que isso não implica nenhum sacrifício na qualidade do produto. "Não vamos transformar nossos LCDs nos velhos CRTs outra vez. Essa tecnologia nos permite produzir backlights extremamente brilhantes num gabinete muito pequeno".
Kraft explica que o recurso será muito útil, por exemplo, para pessoas que não assistem TV o dia inteiro, ou quando ficam fora de casa por longos períodos. Os Eco TVs possuem sensores de presença que identificam movimentos na sala. Se for detectado que ninguém está presente por um determinado tempo (5, 30 ou 60 minutos), o backlight simplesmente é desligado; se não houver movimento nos 30 minutos seguintes, então o aparelho entra em standby.
Outra forma cada vez mais adotada de se diminuir o consumo dos TVs é substituir os backlights tradicionais pelos de leds. Esses painéis são mais caros que os CCFL, mas geram muito mais luz para a mesma quantidade de energia aplicada. Outro recurso que alguns fabricantes estão usando é ligar e desligar o backlight muito rapidamente, controlando o fluxo de energia de forma mais dinâmica e com isso reduzindo o consumo como um todo.
A Samsung, uma das pioneiras em painéis de led, também diz que está se esforçando para reduzir o consumo de seus TVs. "Sabemos que este é um ponto cada vez mais importante na decisão de compra", diz Jonas Tanenbaum, vice-presidente de marketing. Em 2009, diz ele, entre 30% e 40% dos TVs comercializados pela empresa serão do tipo led. "Além de consumirem menos, esses TVs são mais finos e mais leves, exigindo embalagens menores e menos energia para transporte. E não utilizam mercúrio, material tóxico que até agora era despejado no ambiente".
Segundo ele, a próxima geração de TVs LCD irá gastar 40% menos eletricidade. Por exemplo: um modelo de 46" irá consumir aproximadamente 100W, contra 200W de um TV convencional do mesmo tamanho.
A maioria dos fabricantes que consultamos dizem que essas mudanças não têm maior impacto sobre a performance dos aparelhos; em alguns casos, até, afirmam que a qualidade de imagem deve melhorar. Um dos problemas gerados pela transição digital era que muitos dos novos modelos de TV consumiam mais energia. Isso acontece em parte devido ao aumento de tamanho das telas, mas também pelo uso de novos circuitos, mais complexos e "gastadores".
Diante disso, os fabricantes não tiveram saída: precisaram acionar seus departamentos de engenharia e design para fazer cair o consumo. "Quando nos demos conta de que nossos TVs em 2005 consumiam nada menos do que 5 trilhões de quilowatts/hora, começamos a nos sentir culpados", diz Bruce Berkoff, presidente da LCD TV Association, que faz análises e concede certificações para o que se convencionou chamar de "TVs Verdes".
Berkoff, que já trabalhou em empresas como a LG.Philips antes de assumir o cargo na Associação, lembra-se de quando a Philips começou a utilizar sensores de luz ambiente em seus TVs. Com isso, os aparelhos regulavam automaticamente seu brilho de acordo com as condições da sala. "Em nosso programa Green TV, uma das primeiras coisas que procuramos fazer foi mostrar aos fabricantes que usando um simples sensor você pode economizar pelo menos 30% do consumo quando apaga as luzes da sala", diz ele.
A LCD TV Association deu início ao seu programa Green TV para valorizar os produtos desse tipo, e também para dar aos fabricantes mais um selo que servisse de alerta aos consumidores. A LG foi a primeira a submeter seus produtos às análises da Associação. "Eles conseguiram 60% de economia de energia", diz Berkoff.
Agora, a Associação ampliou o programa para reduzir o consumo mais ainda. Além disso, instituiu campanhas de reciclagem de TVs usados e incentiva o uso de materiais recicláveis nas embalagens. Para ajudar a conscientizar os consumidores, a Agência de Proteção Ambiental do governo americano está ampliando seu programa EnergyStar, que agora ganha a versão 3.0. Basicamente, essa alteração visa alertar os consumidores de que os novos TVs passam a ter mais restrições quanto ao consumo de energia.
As novas normas se aplicam a dois modos de operação: quando o TV está desligado ou em standby; e quando está funcionando a plena carga. Em resumo, no modo standby um TV não deve consumir mais do que 1 watt. Já no uso diário, o consumo não deve exceder as seguintes fórmulas:
· HDTVs com área de visualização inferior a 680 polegadas quadradas devem consumir até 0.2 vezes essa área mais 32.
· HDTVs com área de 680 a 1.045 polegadas quadradas devem consumir no máximo 0.24 vezes a área mais 27.
· HDTVs com área de visualização superior a 1.045 polegadas quadradas devem consumir no máximo 0.156 vezes a área da tela mais 151.
Os fabricantes estão se adaptando a essas normas de formas variadas. A Panasonic, por exemplo, revelou na última CES, em janeiro, que sua linha de plasmas NeoPDP utiliza 50% da energia de um TV convencional de um ano atrás, do mesmo tamanho e nas mesmas condições de luminosidade. Para chegar a isso, a empresa informou ter utilizado um tipo de fósforo muito mais eficiente, capaz de emitir mais luz, segundo Bob Perry, vice-presidente executivo.
A empresa japonesa também melhorou a eficiência dos circuitos que aplicam energia a cada área do painel de gás (plasma), disse ele. "A energia desperdiçada num circuito de TV se manifesta na forma de calor. Conseguimos produzir circuitos tão eficientes que nossos TVs agora esquentam menos", explicou Perry.
Já a Sony lançou uma nova linha de TVs LCD cujo foco é manter o consumo no mínimo possível. A série Bravia VE5, também chamada "Eco TVs", que chega ao mercado americano neste verão, troca as lâmpadas fluorescentes catódicas convencionais (CCFL) por modelos do tipo HCFL (Hot Cathode Fluorescente Lamps), similares às lâmpadas usadas em escritórios. Nate Kraft, gerente da linha Bravia, garante que isso não implica nenhum sacrifício na qualidade do produto. "Não vamos transformar nossos LCDs nos velhos CRTs outra vez. Essa tecnologia nos permite produzir backlights extremamente brilhantes num gabinete muito pequeno".
Kraft explica que o recurso será muito útil, por exemplo, para pessoas que não assistem TV o dia inteiro, ou quando ficam fora de casa por longos períodos. Os Eco TVs possuem sensores de presença que identificam movimentos na sala. Se for detectado que ninguém está presente por um determinado tempo (5, 30 ou 60 minutos), o backlight simplesmente é desligado; se não houver movimento nos 30 minutos seguintes, então o aparelho entra em standby.
Outra forma cada vez mais adotada de se diminuir o consumo dos TVs é substituir os backlights tradicionais pelos de leds. Esses painéis são mais caros que os CCFL, mas geram muito mais luz para a mesma quantidade de energia aplicada. Outro recurso que alguns fabricantes estão usando é ligar e desligar o backlight muito rapidamente, controlando o fluxo de energia de forma mais dinâmica e com isso reduzindo o consumo como um todo.
A Samsung, uma das pioneiras em painéis de led, também diz que está se esforçando para reduzir o consumo de seus TVs. "Sabemos que este é um ponto cada vez mais importante na decisão de compra", diz Jonas Tanenbaum, vice-presidente de marketing. Em 2009, diz ele, entre 30% e 40% dos TVs comercializados pela empresa serão do tipo led. "Além de consumirem menos, esses TVs são mais finos e mais leves, exigindo embalagens menores e menos energia para transporte. E não utilizam mercúrio, material tóxico que até agora era despejado no ambiente".
Segundo ele, a próxima geração de TVs LCD irá gastar 40% menos eletricidade. Por exemplo: um modelo de 46" irá consumir aproximadamente 100W, contra 200W de um TV convencional do mesmo tamanho.
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