Gradiente negocia plano de recuperação

Com fábricas desativadas desde o ano passado e pressionada por uma dívida praticamente impagável, a Gradiente – uma das empresas mais tradicionais do setor eletrônico brasileiro – tenta voltar à ativa com ajuda do governo. Em encontro com o presidente Lula, em maio, o presidente e fundador da empresa, Eugenio Staub, obteve aprovação para levar adiante um plano de reestruturação com financiamento do governo.

O empresário não se manifesta a respeito do plano, que está sendo costurado com diversos parceiros. Entre as fontes de financiamento estão o BNDES e os fundos de pensão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, o empréstimo seria de R$ 50 milhões, o que seria suficiente para reativar as duas fábricas da Gradiente em Manaus. "Esse empréstimo é para comprar matéria-prima, produzir e gerar emprego. O presidente Lula quer gerar emprego. Quem não quer é o BNDES", diz Santana.

A Gradiente, que este ano completa 45 anos, começou a suspender suas atividades a partir de julho de 2007, devido a uma dívida crescente que, segundo se comenta, já passa dos R$ 400 milhões. Entre os principais credores estão os bancos Bradesco, Safra, Unibanco e o próprio BNDES. A produção foi parcialmente retomada em maio, depois de 15 meses de paralisação total, com a montagem de 3 mil TVs de plasma, sendo parte encomendada e outra parcela vendida em lojas de Manaus (a rede Magazine Luiza ficou com mil desses aparelhos).

Caso os recursos do BNDES sejam aprovados, a idéia é produzir TVs de tubo com telas de 21 a 29 polegadas (a empresa tem em estoque 70 mil desses aparelhos, mas sem os tubos). A Gradiente emprega hoje em Manaus em torno de 200 pessoas; cerca de 300 foram demitidos em 2007. Santana diz que falta o pagamento de três parcelas das verbas rescisórias aos dispensados e que a dívida trabalhista está em torno de R$ 4 milhões.

Fonte: O Estado de S.Paulo-Home Theater

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