REPORTAGEM / O GLOBO - Comparamos os sistemas de alta definição das operadoras NET e Sky

a sua mãe até hoje não aprendeu a programar gravações no videocassete (ou DVD recorder), esqueça. Em tempos de tecnologia digital, o VCR já foi pro saco e o DVD-R nem chegou a esquentar na prateleira. Agora, vivemos no tempo do HD. Tanto HD de hard drive (disco rígido), quanto HD de high definition (alta definição). É o que oferecem as operadoras de TV por assinatura NET (cabo) e Sky (satélite), cujos novos decodificadores digitais trazem discos rígidos embutidos, que acabam, de uma vez por todas, com o perrengue (para alguns) que era programar algo para ser gravado. Basta ir na grade de programação, apertar o rec e, pronto, o programa será copiado no dia e horas certos, sem mais delongas.

Nos EUA, esse tipo de aparelho já ficou tão famoso que gerou o verbo "tivar" (de TiVo, o nome do tal aparelho que grava tudo digitalmente como num passe de mágica). Aqui, o TiVo em si não chegou, mas o seu conceito, sim. Com os aparelhos da Sky (Sky HD) e da NET (HD-Max) você nunca mais vai perder o seu programa favorito. Sem contar que ainda pode dar pausa ao vivo no que está assistindo. Este recurso já estava disponível em determinados modelos de DVDs-Rs com HD embutido, e também em certos modelos de TVs. Mas havia que coordená-los com os canais de TV para fazer a gravação (ou seja, programar duas vezes). Além disso, se o freguês quiser, pode agrupar as gravações em pastas, separando novelas de jogos e séries de filmes ou criar uma pasta sua. E também bloquear, para que ninguém apague ou veja o que não deve.

Os dois são bastante intuitivos de se manejar. Mas o da Sky leva ligeira vantagem em dois aspectos fundamentais: o da NET não é muito ágil nos comandos, costuma travar, e às vezes é bastante temperamental (note-se que ambos foram testados em boas condições de temperatura, visto que aparelhos digitais temem o calor), demorando a responder. Outro ponto fraco da NET é o seu controle remoto. Ele é pouco ergonômico, e os botões não estão dispostos de modo fácil de acessar (os principais são muito pequenos e difícil de ler o nome das funções). Sem contar que, sempre que você ativa a tecla "minha net" (onde estão os seus programas gravados), ele vai direto para um canal default da grade HD da NET..

Nesse aspecto, o controle da Sky é muito mais fácil de se manipular. Você consegue acessar tudo nele até no escuro, mesmo ele não tendo backlight, justamente pelo melhor tamanho e disposição das teclas. O que, no fim das contas, é tão ou mais importante do que a alta tecnologia empregada nos aparelhos, já que a "usabilidade" é o que mais importa ao freguês quando este quer apenas ficar largadão no sofá.

A capacidade dos HDs de cada receptor é diferente. No da NET cabem "só" 250 giga, enquanto o da Sky comporta o dobro. Parece muito, mas gravações em alta definição ocupam muito mais espaço. Para quem faz gravações recorrentes, é um dado importante.

Tirando as pequenas diferenças, os dois aparelhos fazem quase as mesmas coisas. Mas o da Sky tem mais um bom recurso: se você parar de ver a sua gravação, quando voltar ele faz uma espécie de resumo, e volta ao ponto. E nunca te leva para nenhum canal default. No da NET, tem que começar do zero. Em termos de visual, o da Sky é mais feioso, sem visor, um bloco preto e uma luz vermelha. O da NET segue o padrão do prateado (mas também estão lançando um modelo em preto, com menos recursos).

Mas, com qualquer um deles, vai ficar difícil você receber uma ligação de sua mãe no meio do expediente, perguntando como gravar o último capítulo da novela. Em dois ou três toques se faz isso. Entra-se na grade, marca-se em cima do programa desejado e aperta-se o Rec. Se for um programa recorrente, dá para fazer isso apenas uma vez (apertando o Rec duas vezes em seguida) que o aparelho sempre vai gravar quando o determinado programa for exibido. E uma dica: não confie muito na grade da TV aberta. Procure marcar também o programa anterior e o posterior, para não correr o risco de perder algum trecho.

Quanto à qualidade das imagens nos canais que transmitem em HD, isso vai depender da sua TV e do fato de as transmissões serem originalmente em alta definição. Exemplo: a maioria dos filmes do canal TNT-HD, por exemplo, não muda tanto. Já o canal Voom (só da Sky) tem uma qualidade de imagens excepcional, já que é full HD.

Lembre-se: não é apenas com estes aparelhos e sintonizando os canais em alta definição (pagos à parte, a NET cobra até pelas gravações em HD e pelo aparelho, que só pode ser usado com eles!) que você estará totalmente no mundo digital e da alta definição. A transmissão pode ser em HD, mas se a sua TV não for compatível (isto é, não for pelo menos full HD e tiver 1080 linhas de resolução) não vai adiantar nada pagar a mais por isso. Será como usar roupa de grife falsificada: será só aparência.

Pacotes NET

A NET oferece três pacotes, com preços entre R$ 159,90 e R$ 244,90.

O mais barato é o HD Max, com todos os canais do pacote Total (digital) + canais abertos de TV em alta definição + Globosat HD + Fox + Nat Geo HD. Clientes do Premiere Futebol Clube assistem jogos exclusivos, inclusive na cidade onde se realizam.

Já o mais caro, o Top HD Max, inclui todos os canais do pacote Total Cine Top (digital) + todos os canais abertos em HD + os canais pagos em alta definição.

Pacotes Sky

A Sky oferece dois pacotes de HDTV. O Digital Plus inclui 133 canais em SD, oito canais em HD, o equipamento HDTV (com até dois pontos adicionais), mais o Sky Prime 24 Horas: R$ 229,90.

Já o pacote MAX PLUS inclui 143 canais em SD, oito canais em HD mais dois canais de filmes premium, o equipamento HDTV (incluindo até dois pontos adicionais), mais o serviço Sky Prime 24 horas: R$ 253,90.

O receptor é oferecido sem custo. Paga-se apenas pelo serviço

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