Para atender a milhões de pessoas nessa situação, a indústria eletrônica vem desenvolvendo novas soluções em home theater. Se os sistemas modulares, com aparelhos separados, cada um dedicado a sua função, continuam sendo a opção ideal, os integrados vêm ganhando cada vez mais espaço nas residências. São os conjuntos compostos de receiver + DVD player + 5 caixas acústicas, todos da mesma marca; em alguns casos, receiver e DVD estão juntos no mesmo módulo.
A principal vantagem desses sistemas é que já vêm prontos para serem usados juntos: possuem geralmente o mesmo design e características técnicas similares. A instalação é bem mais simples, e não há risco de incompatibilidade, que pode acontecer quando se escolhem produtos de marcas e/ou especificações diferentes.
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Até alguns anos atrás, os sistemas integrados – muitos eram chamados “HT-in-a-box”, pois vinham numa caixa fechada, prontos para ser instalados – tinham qualidade sofrível. Essa realidade mudou com os constantes avanços técnicos. Eles ainda não se comparam a um bom receiver, com DVD player independente e caixas acústicas fabricadas por empresas especializadas. Mas melhoraram muito e, em vários casos, a relação custo-benefício pode ser vantajosa.
Potência – Esse número já iludiu muita gente. A potência, indicada em watts, mede a capacidade do aparelho tocar em altos volumes, preenchendo totalmente o ambiente. Claro que quanto maior a sala, maior a necessidade de alta potência. Regra geral, para uma sala com 25m2, por exemplo, um equipamento de 250W (50 em cada canal) é suficiente. Mas isso desde que não se comprometa a qualidade de áudio. Às vezes, o aparelho toca alto – e distorcido. Por isso, ao comparar dois modelos diferentes, não leve em conta somente essa especificação.
Quantidade de recursos – Os novos sistemas integrados vêm incorporando uma série de funções que antes só se encontravam em equipamentos sofisticados. Mas é preciso saber até que ponto você vai usar esses recursos. Um exemplo está nos modos de processamento de alta definição, como TrueHD e DTS-HD, que foram criados para reprodução de discos Blu-ray: se você não pretende ter um player desse tipo, esses processamentos não são necessários.
Instalação – A conveniência é um dos principais atributos dos sistemas integrados. Tanto a instalação como a operação são bem simplificadas, e o único cuidado é posicionar corretamente as caixas acústicas. Se você não é especialista no assunto, convém recorrer a um instalador profissional. Alguns modelos oferecem calibragem automática, ajustando a reprodução às características da sala.
Design – Este é um aspecto de apelo irresistível, e os fabricantes vêm investindo bastante no visual de seus equipamentos. Para quem tem TV de plasma ou LCD, uma opção natural são as caixas acústicas do tipo slim, que podem ser montadas na parede, ao lado do TV. Dificilmente terão a mesma performance técnica de uma caixa dos tipos torre ou bookshelf, principalmente se estas forem de fabricantes especialistas em caixas acústicas. Mas podem ser uma ótima solução, do ponto de vista estético.
OS NOVOS RECURSOS
PLAYER BLU-RAY – Os discos desse formato oferecem a melhor qualidade de imagem que se pode obter com a tecnologia atual. Ainda é pequena a oferta desses filmes no Brasil, mas de qualquer forma os sistemas que trazem players Blu-ray estão entre os mais avançados do mercado.
CALIBRAGEM AUTOMÁTICA – Os aparelhos com esse recurso conseguem ajustar o áudio de acordo com o tamanho das caixas acústicas e a distância entre elas e o ouvinte. O segredo está num pequeno microfone que acompanha o equipamento e deve ser colocado na posição em que você irá se sentar. Ao acioná-lo, o receiver calcula automaticamente a distância e as características acústicas do local. Nunca é demais lembrar que essa facilidade não substitui os ajustes feitos por um profissional especializado, que utiliza aparelhos de medição mais refinados.
CONEXÃO WIRELESS – Para simplificar a ligação das caixas acústicas traseiras, evitando a passagem de cabos, alguns fabricantes começaram a incluir em seus sistemas um módulo WiFi. Esse acessório envia o sinal de áudio para as caixas na parte de trás da sala. No princípio, essa comunicação era feita via RF (rádio-freqüência) e sujeita a muitas interferências e interrupções. Hoje, boa parte dos fabricantes utiliza o padrão Bluetooth, que minimiza o problema.
UPCONVERSION – Aqui ocorre uma simulação de alta definição, por meio do aumento artificial do número de pixels que compõem a imagem original. É possível, por exemplo, assistir com resolução de Blu-ray (até 1080p) a um DVD comum, cuja resolução original é de 480p. Se o TV for do tipo Full-HD, o resultado final será bem satisfatório.
DivX – Método de compressão de vídeo que se popularizou na internet, por armazenar o conteúdo de um DVD (4.7Gb) em um único CD (700Mb). Praticamente todos os sistemas integrados atuais reproduzem esse tipo de arquivo. Outros, mais raros, são compatíveis também com o formato DivX Ultra, que permite incluir no filme baixado da internet recursos de um DVD, como legendas, idiomas de áudio, menus de navegação, extras etc. Importante: dificilmente essas gravações têm a qualidade de um DVD de verdade.
PROCESSAMENTOS DE ÁUDIO – A variedade dos processadores num sistema de home theater geralmente é proporcional ao seu preço. Mas nem todos são usados com freqüência. Os padrões Dolby Digital e DTS são obrigatórios para reproduzir áudio em 5.1 canais. Dolby Digital EX e DTS ES permitem acrescentar mais um canal (6.1), mas infelizmente são poucos os discos que trazem esse tipo de sinal. Um processador muito útil é o Dolby Pro-Logic II, que permite extrair até 5.1 canais a partir de fontes estéreo (CDs, programas de TV, rádio FM, fitas VHS e até discos de vinil, por exemplo). Há ainda o DTS NEO:6, que simula 6.1, e o Dolby Pro-Logic IIx, simulador para até 7.1 canais de áudio. Os processamentos Dolby Digital Plus (para 14 canais), Dolby Digital TrueHD e DTS-HD (8 canais) são específicos para Blu-ray e podem vir a ser usados no futuro em transmissões de TV Digital.
FAROUDJA DCDi – Esse sofisticado processador de vídeo ajuda a eliminar imperfeições na imagem.
HDMI-CEC – Cada fabricante adota um nome para esse recurso, porém o princípio é sempre o mesmo: comandar equipamentos diferentes com um único controle remoto, utilizando a conexão HDMI.
CONEXÃO USB – Começa a aparecer agora nos sistemas de áudio e vídeo esse conector tradicionalmente usado em computadores, câmeras e players MP3. Você pode, por exemplo, salvar suas músicas ou fotos num pen-drive e reproduzir tudo através do equipamento.
AVCHD – Este é um formato de gravação de vídeo com filmadoras. Com a compressão de dados, as imagens ocupam menos memória e podem ser armazenadas em cartões SD ou Memory Stick. Para ver essas imagens é preciso ter um player compatível com o padrão AVCHD.
*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL