Saiu quando eu estava viajando (e por isso só pude ler agora) reportagem na revista IstoÉ Dinheiro sobre a tentativa de recuperação da Gradiente. Depois de tentar mais um empréstimo do governo federal, via BNDES, Eugenio Staub parece ter encontrado uma perspectiva no grupo americano Jabil Circuit, fabricante de componentes e que teria interesse em investir na empresa brasileira. Para isso, inclusive, já teria informado as autoridades americanas. O Jabil entraria no negócio com R$ 50 milhões, que se somariam a R$ 150 milhões da família Staub, mais R$ 150 milhões da Agência de Fomento do Estado do Amazonas, que tem interesse porque as duas fábricas da Gradiente em Manaus continuam paradas (haveria ainda aportes dos fundos de pensão da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal).
Diz a reportagem que a Gradiente conseguiu uma raridade: aderiu ao “Refis da Crise” e, com isso, pode ter acesso ao programa de recuperação de crédito, da Receita Federal. Para quem não sabe, esse programa permite obter parcelamento de dívidas fiscais em até 120 vezes, com redução de 65% nas multas e 50% de desconto nos juros e encargos. Embora não haja garantia de que essa facilidade lhe será concedida, já foi uma vitória para Staub, que por pouco não perdeu a marca Gradiente, que a Procuradoria-Geral da Fazenda pretendia leiloar. Aí, seria o fim.
De qualquer forma, o plano para recolocar a empresa no mercado ainda tem que passar por um teste duríssimo: convencer os 23 credores da Gradiente a aceitarem as condições propostas por Staub – a principal delas: desconto de 80% nas dívidas. Oito desses credores não querem nem ouvir falar no assunto…
Por Orlando Barrozo