Teste PURE ACOUSTICS MAC500


        Presente há três anos no Brasil, a marca Pure Acoustics aos poucos conquista o seu espaço no concorrido segmento de caixas acústicas. A empresa fundada no início da década de 90, em Nova York, oferece cerca de 17 linhas de produtos, nas quais estão presentes modelos de diversos tamanhos, incluindo slim, satélites, de embutir e para uso externo. Mas são as caixas torres e bookshelf da Pure Acoustics que mais chamam a atenção dos entusiastas pela relação custo-benefício, envolvendo bom acabamento e preço acessível. Por esses motivos, decidimos tirar a prova e avaliar um conjunto de caixas compactas MAC500, que tem como destaque o woofer com cone de kevlar.

O conjunto é composto por quatro bookshelf, sendo duas frontais e duas surround MAC500b, uma central MAC500c, além de um subwoofer ativo XP10-150 todos de projeto bass-reflex – com duto de ar traseiro. Ao desembalar e manusear as caixas pela primeira vez, certamente, o usuário ficará surpreso não só com o acabamento do MDF preto como também do buffle (painel frontal), que apresenta um desenho moderno com detalhes em plástico na cor prata.
Mas é o woofer de 5 ¼” que mais chama a atenção, devido ao cone feito de fibra de kevlar com cúpula em alumínio – rodeada por um anel cromado. Criado originalmente para a produção de coletes à prova de balas, o kevlar – material sintético desenvolvido pela DuPont – mostrou-se muito eficiente na redução das ondas estacionárias ou ressonâncias criada no próprio cone. Com isso, muitos fabricantes de caixas high-end não abrem mão de utilizar o kevlar em seus projetos.
A linha MAC500 utiliza também o mesmo tweeter domo de 1” feito em seda. Em locais onde não há o acesso de crianças, é muito provável que o conjunto seja instalado sem a tela de proteção, assim como fizemos durante os testes.

As bookshelf MAC500b oferecem duplos terminais (bornes) de rosca, feitos de latão e revestidos em plástico, para cabos bicablados que possuem dois pares de condutores destinados a melhorar a resposta nas médias/baixas e altas freqüências. Notamos que as informações descritas no manual do proprietário referentes às dimensões das caixas estão incorretas. As bookshelf possuem 29cm de altura, enquanto que a central apresenta 44cm de largura. A MAC500c é a única a trazer dois falantes além do tweeter em seu painel.

Já o subwoofer XP10-150 inclui um notável woofer de 10” com cone feito em papel polipropileno, sempre alimentado por um amplificador de 150W. Na parte posterior encontramos os controles usuais (ganho, phase 0/180 e crossover 40–180Hz), interruptor liga/desliga/automático, que desliga o amplificador na ausência de sinal do receiver, além de entradas e saídas de linha RCA e de caixa acústica.

Os bornes das caixas facilitam a instalação do conjunto, que foi feita rapidamente utilizando cabos bicablados. Há muitas divergências quanto ao desempenho gerado por esse tipo de conexão, mas entendemos que se o fabricante fez questão de incluir dois pares de terminais em suas caixas bookshelf, o ideal é utiliza-las.
A alta sensibilidade e capacidade de potência admitida pelas caixas fazem do conjunto MAC500 compatível com receivers mais sofisticados, que liberam acima de 120W, e modelos de entrada – mais acessíveis e de baixa potência.


No intuito de avaliar individualmente as MAC500b, começamos com o folk rock “What Can I Do”, da banda irlandesa The Corrs, e apreciamos muito o vocal limpo, que até pareciam um pouco realçados pelas bookshelf em meio aos instrumentos. Para que não houvesse dúvidas, ouvimos também One Flight Down, com Norah Jones, onde constatamos o dom das MAC500b de tocar bem vocais femininos, talvez devido à leveza já conhecida dos falantes com cone de kevlar.
A qualidade era nitidamente inferior às nossas caixas de referência, que conseguem dar maior pureza e transparência aos médios, mas pelo preço que custa as MAC500b o desempenho não deixa de ser uma boa surpresa.
Ao ouvir Freddie Mercury em “Somebody to Love” em PCM multicanal (Blu-ray), ponto positivo para o timbre proporcionado pelo conjunto, incluindo a central MAC500c, sendo possível acompanhar um equilíbrio instrumental em todos os canais. Com 150W de saída, o subwoofer XP10-150 não é exatamente um exemplo de força e agilidade, mas deu conta do recado ao mostrar presença e garantir o peso da bateria durante o show.

O desempenho do sub também foi satisfatório na reprodução da trilha em DTS-HD Master Audio do Blu-ray 007 – Quantum of Solace, especialmente, no capítulo 19 quando a perseguição ao avião de Bond por um caça termina em explosão. Os diálogos foram reproduzidos com boa inteligibilidade pela central MAC500c, que assumiu parte da trilha de maneira convincente.