Vamos tentar aqui explicar um pouco melhor essas diferenças, que ganham mais importância agora que a tecnologia LCD passa por um belíssimo “upgrade”, com a chegada dos backlights de LED, que comentamos meses atrás (leia aqui). Recapitulando, o plasma é superior na questão da colorimetria, que segue o padrão dos velhos tubos CRT: o ativamento de uma camada de fósforo, material que é particularmente sensível à reprodução de cores.
Já o LCD mantém algumas vantagens sobre o plasma, como o consumo de energia mais baixo, um nível menor de aquecimento e – detalhe que mais atrai o consumidor – o fato de comportar-se melhor em ambientes claros. Uma deficiência que sempre foi apontada no LCD, o baixo nível de contraste, começa a ser superada com os backlights de LED. Acredito que esse fator deva ser aprimorado nas próximas gerações de displays LCD, mas isso teremos que analisar nos próximos anos.
O que se observa no dia-a-dia, inclusive no contato com instaladores profissionais, é que a maioria dos usuários não consegue distinguir grandes diferenças de qualidade de imagem entre plasmas e LCDs. E é natural que assim seja. A experiência prática mostra que, em algumas aplicações, só mesmo através de instrumentos de medição é possível chegar a um discernimento completo a respeito. Além do mais, é preciso reconhecer que a maior parte das lojas não oferece ao consumidor condições apropriadas para comparar displays diferentes; isso só acontece nas boas lojas especializadas, onde há salas de demonstração corretamente preparadas para essa finalidade.
Voltando às diferenças entre plasma e LCD, continuo achando os primeiros superiores, mesmo na comparação com os chamados LED-LCDs. Nos aspectos mais diretamente vinculados à qualidade de imagem (resolução, contraste, colorimetria), o plasma ainda vence a briga. E esses detalhes ganham mais importância conforme se aumenta o tamanho das telas.
A questão é que, nos dias de hoje, o aspecto “praticidade” é também extremamente relevante. O vidro espelhado dos plasmas incomoda muita gente, e com razão. Quando tudo que se quer é assistir a um jogo de futebol ou uma corrida de Fórmula 1 no domingo à tarde, e não há possibilidade de controlar a entrada de luz na sala, o LCD acaba sendo mais prático.
Se fôssemos aqui montar uma tabela comparativa entre os dois tipos de display, já na era do LED, seria algo como o quadro abaixo:
Claro que esse tipo de comparação é sujeita a variáveis que às vezes fogem ao controle do próprio usuário. Quando se assiste a muito material em alta definição, a questão da resolução de imagem torna-se crítica; para quem valoriza a economia de energia, o plasma pode ser um problema. Sem falar nos aspectos, digamos, estéticos do ambiente doméstico, onde o chamado “fator esposa” costuma ser decisivo. Aliás, é por isso que a maioria dos fabricantes investe tanto em design, certo? Entre um plasma e um LED-LCD, qual na sua opinião é o mais bonito?
Pessoalmente, prefiro imagens mais naturais, com cores corretamente saturadas e bom nível de detalhamento. Os LCDs, como se sabe, começaram sua trajetória de sucesso como monitores de computador, e continuam imbatíveis nessa aplicação, onde se reproduzem basicamente imagens estáticas. Sua colorimetria, no entanto, é artificial. O que nos remete de volta à questão inicial: a tecnologia evoluiu tanto que pouca gente percebe esse artificialismo.
Concluindo: a escolha entre plasma e LCD depende mesmo da utilização que se quer dar ao aparelho. Para os gamemaníacos, sem dúvida o LCD é mais indicado, assim como aqueles que gostam de ver televisão durante o dia. Para uma boa sessão de cinema noturna, recomendo o plasma. Bem, isso tudo até que surja uma nova tecnologia que supere os dois.
por Paulo Sergio Correia
*Artigo publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL
Comentários
Postar um comentário