Família Klein desiste de venda ao Pão de Açúcar


Por iniciativa da família Klein, proprietária da Casas Bahia, o acordo firmado em dezembro, que previa a fusão da rede com Ponto Frio e Extra, pertencentes ao grupo Pão de Açúcar, está prestes a ser desfeito. A família não aceita mais os termos propostos, considerando que seu patrimônio vale pelo menos mais R$ 2 bilhões além do que foi negociado inicialmente. 
     Nos últimos dias, uma série de reuniões vem acontecendo entre executivos dos dois grupos, com um batalhão de advogados, visando refazer o contrato de associação assinado no ano passado. Segundo os Klein, esse contrato era genérico e deixou em aberto detalhes para serem negociados depois. Desde janeiro, esses itens começaram a ser discutidos, mas Abílio Diniz, presidente do Pão de Açúcar, não quis rever os valores.
     A “intransigência” de Diniz teria levado os Klein a contratar os escritórios de advocacia Porto Advogados, Pinheiro Neto e Costa & Waisberg e a assessoria de investimentos Signatura Lazard, para auxiliar na renegociação. Nesta terça-feira, Diniz viajou à França, para discutir o assunto com a direção do grupo Casino, que detém a maior parte das ações do Pão de Açúcar. 
Para os Klein, o contrato assinado não reflete as negociações entre as duas famílias. Fontes próximas à empresa admitem até que o caso possa ser levado à Justiça. “Eles se sentem no pior dos mundos", é o que dizem. “São minoritários na nova empresa; sentem que seus ativos foram subavaliados; e teriam ainda dificuldades de sua grande quantidade de ações numa possível oferta pública”.  
Oficialmente, nenhum dos grupos se pronuncia sobre o assunto. Sabe-se, porém, que o vazamento à imprensa causou irritação em Diniz, que divulgou nota oficial confirmando que as partes envolvidas "manifestaram interesse de rever a associação". Nos últimos dias, as ações dos dois grupos sofreram queda expressiva na Bovespa.
     Para ficar com o controle (51%) da nova empresa, o Pão de Açúcar entrou com a rede Ponto Frio, avaliada na operação em R$ 1,23 bilhão, e com a rede Extra Eletro, avaliada em R$ 120 milhões. A Casas Bahia entrou com ativos e passivos operacionais, incluindo 25% da fábrica de móveis Bartira e uma dívida líquida de curto prazo no valor de R$ 950 milhões. Já contabilizada a dívida, a parte da Casas Bahia (49%) foi avaliada em R$ 1,29 bilhão.
FONTES: Folha Online e Portal Exame

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