por Vinicius Barbosa Lima
Começo este texto ainda embriagado pela recente sessão de cinema doméstico, onde assistimos pela “enésima” vez a excelente trilogia “De Volta para ao Futuro”, que mesmo não estando ainda disponível em Blu-ray por aqui, permanece sendo um divertido programa mesmo em DVD.
Falando em futuro, para mim é inevitável pensar ao quanto nos aproximamos a cada dia do fantástico universo das ficções cinematográficas e desenhos animados (os mais velhos devem se lembrar de “Os Jetsons”). Claro que ainda estamos longe (eu acho) de carros que voam, viagens no tempo e fornos de microondas que preparam X-burgers apenas pelo comando de voz, mas a velocidade em que as coisas caminham sugerem que essa época fatalmente chegará.
É neste cenário altamente volátil e de avanço galopante, onde as coisas mudam quase que em passe de mágica, que os novos profissionais de áudio e vídeo estão sendo formados e terão que atuar. E a concorrência será dura!
É fato que as grandes redes de distribuição e magazines já entraram na disputa, hoje ofertando produtos que há 10 anos eram praticamente exclusividade das lojas especializadas. E querer brigar com eles é pura perda de tempo, vez que não há como enfrentar os preços atrativos proporcionados por suas grandes escalas de vendas. Ademais, ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico reduz dia após dia a distância entres os equipamentos “for consumer” e os produtos “Premium”, o marketing agressivo das gigantes do mercado transmite à grande massa consumidora uma maior sensação de valor atrelado a seus produtos, algo que o segmento de nicho jamais conseguirá fazer justamente por seu alcance cada vez mais restrito. É por tal motivo que o mercado de áudio High-End, sempre excessivamente conservador e dispendioso, já acusou o golpe e encolhe a cada dia.
Para complicar, é também fato que as novas gerações não estão muito afinadas com todos os antigos preceitos de qualidade antes tão valorizados, dando preferência pela praticidade de operação, recursos embarcados e portabilidade dos dispositivos, sejam eles de áudio ou de vídeo. E que não se enganem os saudosistas que vivem a apregoar que os áureos tempos da década de 70 ainda serão revividos, pois esse processo não tem mais volta.
Mesmo assim não acredito que o conceito de High-End morrerá, pois sempre haverá consumidores dispostos a investirem em produtos de alto padrão, seja por desejo de desempenho ou simplesmente por diferenciação e status. Mas é certo que para sobreviver deverá passar por uma radical modernização, onde antigos dogmas e soluções conservadoras deverão ser descartadas.
Diante desse turbilhão, é importante também travar referenciais confiáveis. É por tal motivo que Normas Técnicas oficiais, assim como o trabalho de órgãos e entidades como INMETRO, ABNT e PROCEL terão papel cada vez mais decisivo na manutenção e desenvolvimento do mercado (falaremos muito disso nas próximas edições), vez que ampliam sistematicamente sua faixa de atuação, colocando sob tutela regulatória produtos e serviços antes negligenciados. E quem não estiver alinhado com tudo isso, conhecendo a fundo a regulamentação técnica que rege o seu setor, seja aplicada aos produtos ou serviços, certamente perderá terreno.
A época dos especialistas nisto ou naquilo acabou. De agora em diante todos teremos que ser especialistas em apenas uma coisa: tecnologia! Caberá a este profissional valorizar e divulgar o seu marketing, focando suas atividades não apenas no comércio de produtos, mas principalmente na prestação de serviços altamente qualificada e na oferta de soluções de vanguarda e personalizadas, lembrando que cada cliente é único e deseja sempre ser tratado com distinção.
Com a crescente convergência, ambientes de home theater deixaram de ser apenas áudio e vídeo. Hoje são também automação, redes sem fio, internet, conferência à distância, conversão e transferência geral de dados, segurança patrimonial, ecologia, climatização, higienização, conservação e racionalização de energia... aplicações estas que de forma simples podem ser resumidas sob o moderno conceito de “domótica”, o que exige que um profissional realmente capacitado tenha habilidades que vão muito além da audiofilia ou videofilia, práticas estas que deverão ficar absolutamente restritas ao consumidor hobista. Falo de bons conhecimentos nas áreas de elétrica, eletrônica, automação, telecom e quem sabe num futuro não muito distante, até mesmo em robótica. A era dos Jetsons chegou e quem não se adequar a ela ficará fora do mercado.
Bem, vou agora relaxar e comer um x- burguer à moda antiga, no quiosque da praia mesmo. Afinal meu micro-ondas é antigo e ainda não fala a minha língua.
*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL
Falando em futuro, para mim é inevitável pensar ao quanto nos aproximamos a cada dia do fantástico universo das ficções cinematográficas e desenhos animados (os mais velhos devem se lembrar de “Os Jetsons”). Claro que ainda estamos longe (eu acho) de carros que voam, viagens no tempo e fornos de microondas que preparam X-burgers apenas pelo comando de voz, mas a velocidade em que as coisas caminham sugerem que essa época fatalmente chegará.
É neste cenário altamente volátil e de avanço galopante, onde as coisas mudam quase que em passe de mágica, que os novos profissionais de áudio e vídeo estão sendo formados e terão que atuar. E a concorrência será dura!
É fato que as grandes redes de distribuição e magazines já entraram na disputa, hoje ofertando produtos que há 10 anos eram praticamente exclusividade das lojas especializadas. E querer brigar com eles é pura perda de tempo, vez que não há como enfrentar os preços atrativos proporcionados por suas grandes escalas de vendas. Ademais, ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico reduz dia após dia a distância entres os equipamentos “for consumer” e os produtos “Premium”, o marketing agressivo das gigantes do mercado transmite à grande massa consumidora uma maior sensação de valor atrelado a seus produtos, algo que o segmento de nicho jamais conseguirá fazer justamente por seu alcance cada vez mais restrito. É por tal motivo que o mercado de áudio High-End, sempre excessivamente conservador e dispendioso, já acusou o golpe e encolhe a cada dia.
Para complicar, é também fato que as novas gerações não estão muito afinadas com todos os antigos preceitos de qualidade antes tão valorizados, dando preferência pela praticidade de operação, recursos embarcados e portabilidade dos dispositivos, sejam eles de áudio ou de vídeo. E que não se enganem os saudosistas que vivem a apregoar que os áureos tempos da década de 70 ainda serão revividos, pois esse processo não tem mais volta.
Mesmo assim não acredito que o conceito de High-End morrerá, pois sempre haverá consumidores dispostos a investirem em produtos de alto padrão, seja por desejo de desempenho ou simplesmente por diferenciação e status. Mas é certo que para sobreviver deverá passar por uma radical modernização, onde antigos dogmas e soluções conservadoras deverão ser descartadas.
Diante desse turbilhão, é importante também travar referenciais confiáveis. É por tal motivo que Normas Técnicas oficiais, assim como o trabalho de órgãos e entidades como INMETRO, ABNT e PROCEL terão papel cada vez mais decisivo na manutenção e desenvolvimento do mercado (falaremos muito disso nas próximas edições), vez que ampliam sistematicamente sua faixa de atuação, colocando sob tutela regulatória produtos e serviços antes negligenciados. E quem não estiver alinhado com tudo isso, conhecendo a fundo a regulamentação técnica que rege o seu setor, seja aplicada aos produtos ou serviços, certamente perderá terreno.
A época dos especialistas nisto ou naquilo acabou. De agora em diante todos teremos que ser especialistas em apenas uma coisa: tecnologia! Caberá a este profissional valorizar e divulgar o seu marketing, focando suas atividades não apenas no comércio de produtos, mas principalmente na prestação de serviços altamente qualificada e na oferta de soluções de vanguarda e personalizadas, lembrando que cada cliente é único e deseja sempre ser tratado com distinção.
Com a crescente convergência, ambientes de home theater deixaram de ser apenas áudio e vídeo. Hoje são também automação, redes sem fio, internet, conferência à distância, conversão e transferência geral de dados, segurança patrimonial, ecologia, climatização, higienização, conservação e racionalização de energia... aplicações estas que de forma simples podem ser resumidas sob o moderno conceito de “domótica”, o que exige que um profissional realmente capacitado tenha habilidades que vão muito além da audiofilia ou videofilia, práticas estas que deverão ficar absolutamente restritas ao consumidor hobista. Falo de bons conhecimentos nas áreas de elétrica, eletrônica, automação, telecom e quem sabe num futuro não muito distante, até mesmo em robótica. A era dos Jetsons chegou e quem não se adequar a ela ficará fora do mercado.
Bem, vou agora relaxar e comer um x- burguer à moda antiga, no quiosque da praia mesmo. Afinal meu micro-ondas é antigo e ainda não fala a minha língua.
*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL
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