Japão: crise nos suprimentos afeta eletrônicos

Os fabricantes japoneses de produtos eletrônicos alertaram que sua produção será prejudicada nos próximos meses. O motivo seriam novos problemas de suprimento e distribuição de componentes, em meio às quedas de energia que vêm acontecendo depois do desastre no Japão.

A Canon anunciou que poderá suspender a produção em uma de suas principais fábricas em Oita, no sul do país, alegando dificuldades no fornecimento de componentes e para a distribuição. "As notícias de que o terremoto prejudicou a cadeia de suprimento para bases de produção em Kyushu, bem longe de Tokohu, causarão alguma surpresa, e isso mostra o potencial de perturbações semelhantes em outras companhias", afirmou Masahiro Shibano, analista do Citibank, em relatório. A fábrica de Oita, que produz câmeras, lentes e impressoras compactas, conta com 4,5 mil funcionários.

O Japão respondeu por 14% da produção mundial de computadores, bens eletrônicos de consumo e equipamentos de comunicação, no ano passado, de acordo a IHS iSuppli. A perspectiva de perturbações prolongadas no suprimento já causou alta nos preços de componentes essenciais. Caso a cadeia de suprimento venha a se romper, mesmo que por poucas semanas, o impacto seria sentido na forma de preços mais altos ou escassez de aparelhos como tablets, celulares inteligentes e computadores, nos próximos meses.

Em Tóquio, dificuldades nos transportes prejudicam as operações. A Sony informou que apenas 120 dos 6 mil funcionários que trabalham em sua sede em Tóquio estavam presentes na quarta-feira, em função de problemas nos serviços ferroviários.

As ações da Sony se recuperaram, no entanto, com alta de quase 9% na quarta-feira depois da queda de 17% nos dois dias seguintes ao desastre japonês, que causou destruição em largas áreas da costa nordeste do país. A reconstrução da infraestrutura destruída, rodovias, ferrovias, redes elétricas e portos, nas regiões afetadas do Japão vai demorar ao menos cinco anos, informaram especialistas esta semana.

Fonte: Reuters

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