HT: a mais nova geração de sistemas integrados


 
Eles estão mais imponentes, potentes, recheados de recursos, com boa diversidade de marcas, modelos, tamanhos e o principal: melhoram o seu desempenho a cada geração. Estou falando dos sistemas integrados, ou home theater in-a-box (HTB), que ficam cada vez mais atraentes para os consumidores. A evolução é constante e se antigamente a beleza estava em primeiro lugar, hoje ela é apenas mais um diferencial desse tipo de solução.
A LG, por exemplo, começa a vender no Brasil o seu novo sistema de home theater, o HX996TS, que recebeu na última edição da CES, a mais importante feira de tecnologia do mundo, a menção Innovations Honoree Awards, pela inovação no seu sistema de propagação de som. Isso porque a empresa criou o que classifica ser o primeiro sistema integrado capaz de proporcionar som em três dimensões e em 360º. Para conseguir esse efeito, além dos alto-falantes tradicionais presentes nas caixas acústicas deste in-a-box, a empresa incluiu na parte de cima de quatro delas (duas frontais e duas surround) mais um pequeno falante, voltado para o teto e que preenche toda parte acima da cabeça do ouvinte/espectador com áudio, criando a ilusão de que ele está bem no meio de uma cena num filme.
Embora nova em sistemas integrados, tradicionais fabricantes de caixas acústicas já adotam essa solução em seus produtos. A primeira a propiciar o chamado áudio em 360º foi a canadense Mirage, quando em 2002 incluiu o módulo Omnipolar em suas caixas acústicas bookshelf e satélites, para aumentar a sensação de imersão e palco sonoro, valendo-se de algumas reflexões do som na sala de home theater.

O novo HTB da LG é do tipo 7.2, ou seja, conta com 2 subwoofers para reproduzir com mais impacto os graves, e duas caixas traseiras adicionais, para uma melhor sensação de envolvimento de todos, já que com 1280W de potência total, ele foi concebido para grandes salas. Além disso, ele traz outros avanços como a reprodução de discos Blu-ray 3D, de conteúdos armazenados em outros dispositivos sem a necessidade de cabo e acesso à internet.
Quem também promete uma sensação parecida é a Philips, como o seu system HTS-9520, com 800W de potência total e preço sugerido de R$ 3.799. Ao contrário do modelo da LG, a Philips aposta em caixas satélites, mas promete conseguir o mesmo efeito de 360º ao incluir três drivers em cada uma das caixas: um frontal e dois em cada uma das laterais, num processo que usa o princípio das caixas acústicas bipolares, além de uma tecnologia criada pela própria Philips para aprimorar o efeito de som envolvente. Ele também conta com player 3D e recursos como internet e DLNA.
BLU-RAY PLAYER 3D
A nova onda para os sistemas de home theater in-a-box parece ser mesmo a presença de um player compatível com os discos de Blu-ray 3D. Todo grande fabricante tem em linha pelo menos dois sistemas aptos a reproduzir esse tipo de conteúdo. A Samsung tem o HT-C9950W (preço de lançamento: R$ 5.999) com essa característica, que se destaca pelo acabamento todo feito em alumínio escovado, muito parecido com o que a empresa adota em sua linha de TVs mais sofisticadas, da série 9000.
Com 7.1 canais e 1400W de potência total, ele tem quatro caixas em formato slim (Tall Boy), e permite a instalação de todo o conjunto diretamente na parede (com exceção do subwoofer) para deixar a sala mais harmoniosa. As caixas surround traseiras têm a facilidade de não necessitarem de fios ligados ao receiver, já que possuem comunicação wireless. Além disso, o modelo já vem com um dongle, pequeno adaptador para acesso a internet por meio de uma rede Wi-Fi. Com duas entradas e uma saída HDMI, tem também uma porta USB, para reprodução de arquivos nos formatos DIVX, MP3, WMA, WMV, JPEG e MKV, muito popular entre os usuários de internet.
Quem pensa que as soluções mais avançadas ficam limitadas aos grandes sistemas, com até 7 caixas acústicas mais subwoofer, está enganado. A Sony inova ao oferecer um produto para pequenos espaços, o BDV-F500 (R$ 1.999) com 2.1 canais de áudio, mas com capacidade de reproduzir discos Blu-ray 3D, simulador surround, acesso à internet, entrada USB frontal para reprodução de fotos, vídeos e músicas por meio de um pen drive, ou até mesmo através de iPod ou iPhone, da Apple. Claro que essa solução é mais apropriada para salas de até 10m2, e a os efeitos de envolvimento sonoro são conseguidos por meio de uma simulação que, se não substitui as caixas traseiras, também vêm evoluindo a cada geração.
Dos grandes fabricantes, a Panasonic é a única que ainda não oferece uma solução de home theater com Blu-ray 3D. Mas isso não torna o seu modelo menos especial, já que o SC-BT735PH (R$ 3.000) também é repleto de recursos interessantes, como o dock para iPod ou iPhone, entrada para cartão de memória, compatibilidade com arquivos de alta definição (AVCHD até 1080p) gravados pelas modernas filmadoras digitais e Viera Cast, que permite acessar o conteúdo dos parceiros Youtube, Picasa, Weather Channel e Bloomberg.
OUTRAS BOAS OPÇÕES
Eles são mais conhecidos pela qualidade dos seus receivers, amplificadores e Blu-ray players, do que pelas soluções prontas que oferecem. Mas elas existem, são de ótima qualidade e ainda levam vantagem por não economizarem no número de conectores presentes, além de facilitar futuros upgrades. Tradicionais no segmento de home theater, empresas como Onkyo, Denon, Yamaha e Bose também tem seus systems compactos à venda por aqui. A diferença aqui é que todos trazem apenas o receiver e as caixas acústicas, podendo o usuário integrar um player Blu-ray que já possua ao sistema.
O DHT-391XP, da Denon, tem como grande diferencial o fato de já ser compatível com os sinais 3D. O receiver conta com amplificação de 110W em cada um dos seus cinco canais (5.1), quatro entradas e uma saída HDMI (1.4, compatível com os sinais 3D). No painel frontal há uma entrada para fones de ouvido (3.5mm), que pode ser usada para conectar equipamentos portáteis. Além do receiver, o sistema inclui cinco caixas acústicas, sendo duas frontais de perfil slim, para ficar próximas aos displays, duas caixas surround compactas, mais a caixa central. O subwoofer tem 100W de potência e é ativo: não rouba potência das demais caixas do sistema sempre que solicitado.
Já a Onkyo HT-S5300 é um sistema diferenciado não só pela compatibilidade com os filmes em 3D, ou pela presença de duas caixas traseiras adicionais (7.1 canais, com 130W por canal). O que o torna especial é a presença do recurso multiroom, que permite que o usuário leve o áudio para outro ambiente da casa, distante do home theater. Você pode assistir a um filme na sala de cinema e uma outra pessoa acessar as músicas do iPod (ele traz um dock exclusivo para o acessório) ao mesmo tempo, para escutá-las num segundo ambiente. Ele ainda vem com um subwoofer ativo com 290W de potência, além de um controle remoto universal para operar diferentes aparelhos.
A Yamaha, depois de ficar um tempo fora do mercado brasileiro, voltou a atuar no País no final do ano passado e está comercializando o system YHT-294, formado por receiver, cinco caixas e um subwoofer. Ele também já é compatível com os sinais 3D, tem quatro entradas HDMI (1.4), 105W de potência por canal e um subwoofer ativo com 50W de potência.
Quem também renovou sua linha no final do ano passado foi a Bose, com o Lifestyle V-35, conjunto compacto que reúne receiver, cinco caixas microsatélites e um subwoofer, chamado pela empresa de módulo de graves Acoustimass. O receiver oferece autocalibragem, três entradas HDMI com opção de upconversion para simular imagens 1080p, além de dock para iPod/iPhone, cujo acesso às músicas pode ser feito a partir do controle remoto universal (IR e RF) do Lifestyle.
DLNA e acesso à internet
Os sistema avançados possibilitam acessar à internet por meio de uma rede cabeada, isso porque eles trazem uma entrada Ethernet, além das conexões de áudio e vídeo tradicionais, ou até mesmo valendo-se de uma rede sem fios (em alguns casos, é necessário solicitar um adaptador junto aos fabricantes).
A navegação na internet não é feita de forma livre, pois eles não possuem um browser que possibilite a digitação de um endereço. Os consumidores podem acessar os sites dos parceiros de conteúdos dos fabricantes, que disponibilizam notícias, vídeo e fotos; ou ainda acessar grandes portais como o Youtube, Picasa ou Facebook.
O recurso DLNA também está presente nestes modelos mais sofisticados e a vantagem, nesse caso, está na eliminação dos cabos para a transferência de arquivos, que podem ser fotos, vídeos ou até músicas, de diferentes dispositivos para o home theater. No entanto, os dois aparelhos precisam ser compatíveis com esse protocolo de comunicação. Atualmente temos um bom número de notebooks, TVs e celulares com DLNA, além de algumas câmeras digitais e videogame compatíveis.
PRINCIPAIS AVANÇOS
Potência – se antigamente eles eram indicados para pequenos espaços, hoje boa parte dos sistemas possuem potência suficiente para serem usados em salas com até 30m2.
Recursos - Bluetooth, DLNA, acesso à internet com ou sem fios, entrada USB, dock para iPod e até cartão de memória já não estão restrito aos produtos mais sofisticados, chegando aos modelos intermediários das empresas.
Wi-Fi – a ausência de fios para a ligação das caixas traseiras ao módulo principal é outra característica que vem sendo bastante utilizada, facilitando a instalação e contribuindo para a decoração das salas.
Processadores – os atuais sistemas com Blu-ray player já contam com os novos processadores de alta definição Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio.
Calibragem automática – os mais sofisticados já trazem o recurso de calibragem automática, que faz uma medição das características acústicas da sala e configura o sistema para um melhor desempenho.
Design – continua sendo o principal apelo desses sistemas, que agora estão mais finos, modernos e com acabamento caprichado.
Publicado por Ricardo Marques - revista Home Theater

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