Por Orlando Barroso - Revista Home Theater
Com as telas cada vez maiores, o usuário precisa fazer mais contas na hora da compra.
De repente, os TVs começaram a crescer. Pessoas que um ano atrás buscavam modelos de 46 ou 50 polegadas agora pensam mais alto. Por que não um de 60"? Ou 70"? Baseada em pesquisas sobre o comportamento do consumidor, a indústria está percebendo que a maioria sempre procura um TV maior que o atual. Está aberto, portanto, o caminho para TVs de tamanhos nunca vistos antes.
Alguns dos mais novos lançamentos da LG e da Samsung, por exemplo, são LED-LCDs de 72" e 75", respectivamente; os maiores modelos vendidos até agora no país eram de 65". A LG ainda promete para novembro a chegada do seu TV de 84", o primeiro com resolução 4K (veja o quadro da pág. XX). E a Sharp está colocando nas lojas modelos de 60", 70" e 80" (este foi testado por nossa equipe na edição de outubro), além de preparar outro maior ainda, de 90".
Os demais fabricantes, embora nada tenham anunciado oficialmente, com certeza não vão querer ficar atrás. Nos EUA, a Sony já lançou seu 4K de 84, enquanto a Mitsubishi – que não tem distribuição oficial no Brasil – mantém em linha o maior de todos, um 92" que utiliza tecnologia DLP, de retroprojeção. Em eventos internacionais, como CES e IFA, a Panasonic tem exibido plasmas de 103", 145" e até 150", mas apenas como protótipos, sem planos de lançá-los comercialmente.
Claro que todos esses aparelhos são mais avançados e mais caros que seus antecessores. Os fabricantes sabem que não podem esperar grandes vendas com eles. Mas o simples fato de existirem já mostra que a indústria tem capacidade de ir muito mais longe. E a maioria dos fabricantes gostaria de poder distribuí-los em maior quantidade, se houvesse consumidores dispostos a pagar seu preço. É que, com a guerra de preços dos últimos anos, caiu muito a margem de lucro. E só mesmo com TVs gigantes, ou com uma nova e revolucionária tecnologia, será possível à indústria recuperar sua rentabilidade.
A tecnologia mais aguardada do momento é justamente a chamada "ultra-alta definição" (UHD), representada pelos TVs 4K (testamos um deles aqui). Mas seus preços serão inacessíveis, pelo menos de início, para a maioria dos consumidores. Imagens 3D, por mais envolventes que pareçam no cinema, não têm o poder de fazer as pessoas pagarem mais por um TV – considerando a baixa quantidade de filmes tridimensionais para assistir. E o acesso à internet, através dos smart TVs, vai se tornando um recurso comum, quase obrigatório.
Para o consumidor que está pensando em trocar de TV, o apelo mais forte é mesmo o tamanho da tela, dizem os fabricantes. Até aqueles que compraram um recentemente (digamos, há menos de três anos) talvez se animem ao ver de perto um dos "gigantes" que estão chegando. O impacto é imediato, fazendo lembrar as telas de cinema e dando sentido, finalmente, à expressão "cinema em casa". Um TV de 90", por exemplo, mede mais de 2m de largura, ampliando incrivelmente o envolvimento lateral.
Mas, antes de optar pelo maior modelo à venda na loja mais próxima, é preciso pensar em alguns detalhes práticos. Assim como no cinema, não é recomendável ficar muito próximo da tela. Além de se perder parte da amplitude da imagem, a radiação pode irritar os olhos; em alguns casos, consegue-se enxergar os pontos (pixels) que formam a imagem, o que prejudica a nitidez. Portanto, o primeiro cuidado para quem quer uma tela desse porte é reservar bom espaço para colocá-la, bem instalada.
A área aproveitável para exibir imagens, num TV de 80", por exemplo, equivale a mais que o dobro da que se tem num modelo de 55".
COMPARANDO E ESCOLHENDO
Elaboramos algumas dicas práticas que podem ser úteis na hora de escolher seu TV de tela grande. Antes de ir à loja, porém, verifique bem as medidas de sua sala e defina onde será instalado o TV.
Em primeiro lugar, faça uma boa pesquisa pela internet, comparando marcas e modelos para conferir os recursos que são mais importantes para você e sua família (o nosso Guia de Compraspode ser um bom ponto de partida).
Na loja, procure analisar o TV a uma distância semelhante à que você tem em casa (da tela ao sofá) e observe se é possível enxergar os pixels que formam a imagem.
Sempre analise a tela não apenas de frente, mas também dos dois lados, para ver se a imagem apresenta distorções. É igualmente importante observar com cuidado principalmente cenas escuras de filmes, para checar o nível de contraste: o TV deve ser capaz de exibir com nitidez até pequenos detalhes da imagem.
Depois, peça para reduzir o nível de luminosidade (BRIGHTNESS): os lojistas costumam aumentar esse item dos TVs, devido à quantidade de luzes acesas na loja; em casa, você irá usar muito menos brilho na tela.
CHEGADA DO 4K
Em meados de outubro, a CEA (Consumer Electronics Association) anunciou nos EUA que o nome oficial dos TVs 4K será UHD (Ultra High Definition). Dias depois, chegavam às lojas os primeiros exemplares do modelo HX950, de 84 polegadas, da Sony, o primeiro TV desse tipo a ser comercializado no país. A LG já colocou em alguns de seus revendedores o seu UHD 84LM9600, também de 84". E a Samsung confirmou o seu modelo no Brasil para o segundo semestre (saiba mais aqui).
Em meados de outubro, a CEA (Consumer Electronics Association) anunciou nos EUA que o nome oficial dos TVs 4K será UHD (Ultra High Definition). Dias depois, chegavam às lojas os primeiros exemplares do modelo HX950, de 84 polegadas, da Sony, o primeiro TV desse tipo a ser comercializado no país. A LG já colocou em alguns de seus revendedores o seu UHD 84LM9600, também de 84". E a Samsung confirmou o seu modelo no Brasil para o segundo semestre (saiba mais aqui).
Começa assim uma nova fase para o mercado de TVs, que alguns consideram a primeira grande mudança desde o lançamento dos Full-HD, em 2007. Pelo menos dois outros fabricantes (Panasonic e Toshiba) confirmaram que em 2013 irão lançar TVs UHD nos principais países, e dificilmente a Samsung, hoje líder mundial no setor, irá ficar fora desse segmento.
Tecnicamente, o principal atributo dos TVs UHD é a resolução de 3.840 x 2.160 pixels, que equivale a quatro vezes o número de pixels de uma imagem Full-HD (daí a denominação "4K"). No total, são mais de 8 milhões de pixels, contra cerca de 2 milhões de uma imagem de filme em Blu-ray, por exemplo. Essa característica é fundamental para exibir imagens em displays com mais de 60 polegadas sem deixar visíveis os pixels quando se olha a tela de perto. "Agora sim será possível reproduzir em casa a sensação do cinema", diz Gary Yacoubian, coordenador do grupo de trabalho formado pela CEA para criar as normas do padrão UHD.
Outra vantagem da nova tecnologia está na reprodução de conteúdos 3D: a imagem direcionada a cada olho mantém a resolução Full-HD (1.920 x 1.080 pixels); nos TVs atuais, é comum o sinal 3D ser dividido, resultando em resolução inferior. Para alguns experts, os TVs UHD vão dar grande impulso à tecnologia 3D, já que na prática eliminam a polêmica entre óculos ativos e passivos.
Para gerenciar a grande quantidade de pixels e os sinais vindos de várias fontes conectadas, os TVs UHD possuem processadores mais rápidos e avançados, de núcleo duplo. Tanto o modelo da Sony quanto o da LG são capazes, por isso, de converter qualquer sinal para 3.840x2.160. Além disso, já vêm equipados com as plataformas smart de cada fabricante, incluindo acesso à internet e (no caso do modelo LG) Wi-Fi embutido e controle por voz e gestos, como os TVs top de linha da marca.
*Texto original publicado na edição 198, de novembro de 2012.
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