Cabos HDMI: qunado trocar ?


Em tempos de filmes e games em 4K (e HDR) a principal conexão digital merece toda a sua atenção.
POR ALEX DOS SANTOS*
Os cabos de áudio e vídeo, em especial os de HDMI, são os acessórios mais importantes em um home theater. São eles que irão viabilizar toda a experiência de entretenimento que temos em casa. Por tudo isso, não seria mais justo adquirir cabos minimamente decentes? A resposta é óbvia, porém há quem parece não se importar tanto com esse mero “detalhe”. Muitas pessoas na prática desconhecem a influência, positiva ou negativa, do cabeamento em um sistema.
Em nossas avaliações, já vimos cabos HDMI aparentemente bacanas conduzir sinal falho, outros com malha rompida causada pelo estresse do seu peso, conectores oxidados, solda degrada… Enfim, não foram poucas as situações nas quais a qualidade do sinal estava em jogo, comprometida, diante de cabos de má construção.
Como ainda não chegamos a um estágio de ter um home cercado por tecnologias wireless, a tal ponto de abdicarmos completamente de cabos, não se deve negligenciar o principal elo de comunicação entre os equipamentos. E bons cabos materializam na tela e também nas caixas todo o potencial de som e imagem produzido pelo seu sistema.
SÃO TODOS IGUAIS?
Definitivamente não. Embora seja utilizado para uma conexão digital, o cabo HDMI transmite sinal entre chips que funcionam dentro dos aparelhos. Esse chip presente na TV ou projetor tem função de reorganizar o “pacote” de informações – que nem sempre vem na sequência 01010… – antes de encaminhá-lo ao seu processador interno.
Se houver qualquer tipo de falha na condução do sinal que sai de uma fonte de sinal, não há o chamado handshake (como se fosse aperto de mão digital) no destino e a transmissão é imediatamente interrompida. Ou, na melhor das hipóteses, a imagem pode apresentar problemas após o sinal ser restaurado, principalmente na forma de ruídos brilhantes.
Cabos HDMI convencionais, de até 2m, mesmo os mais simples que acompanham os produtos na embalagem, não costumam apresentar problemas técnicos. Isso, na verdade, é o que motiva muitos articulistas de sites e blogs de tecnologia a informar que cabo HDMI não apresentam diferenças.
Também já avaliamos vários equipamentos com seu cabo de marca genérica transmitindo ou recebendo sinais de Blu-ray ou game com resolução 1080p, e até Ultra HD na frequência de 60Hz, sem qualquer tipo de problema. Mas o calcanhar de Aquiles de cabos de baixo custo está mesmo nas longas metragens.
Um dos problemas com a transmissão em distâncias maiores sempre foi a suscetibilidade a ruídos, interferências e perdas do fluxo contínuo de dados. Cabos sofisticados, em geral, usam materiais mais nobres e técnicas avançadas de construção, incluindo condutores mais grossos (28AWG) e terminais banhados a ouro ou prata, para serem duráveis por muito mais tempo.
Alguns fabricantes oferecem até modelos com um chip integrado ao terminal, como se fosse um booster para amplificar o sinal e manter constante a voltagem de 5 volts ao longo do condutor. O objetivo é preservar a qualidade máxima do sinal, com capacidade para transferência entre 18 e 27Gbps, inclusive sobre comprimentos mais longos, de até 15m.
COMO ESCOLHER?
Primeiro é preciso definir que tipo de sinal será necessário transportar. Se for o de um Blu-ray player Full-HD com suas tecnologias de cor, como Deep Color, xvYCC, ou x.v. Color, de 8 bits, em tese, um cabo de categoria High Speed dará conta do recado. Quem já possui player 4K, um cabo High Speed de boa qualidade também será viável, mas fique atento às distâncias.
O tráfego de sinal com resolução 4K a 60p e mais HDR em distâncias de 6m, por exemplo, necessita de um cabo com condutores internos de maior diâmetro, para elevada largura de banda.  Meça as distâncias entre os seus equipamentos, seja das fontes de sinais até o receiver, ou do receiver a TV (ou projetor), e evite sobras excessivas.
O cabo terá de ser longo de tal forma que não fique esticado em cada painel traseiro, permitindo apenas puxar o aparelho de um móvel sem o risco de se desconectá-lo. Ao contrário de cabos analógicos, não há diferenças drásticas na qualidade de cabos HDMI.
Mas se você acaba de investir em uma TV 4K de grandes dimensões, player (mesmo que Full-HD) e receiver de alto desempenho, não faz sentido manter os singelos cabos que acompanham os equipamentos. Lembre-se que o padrão 2.0 atualizou suas especificações para 18Gbps, bem acima dos 10.2Gbps da antiga versão 1.4.
Pesquise modelos de aspecto construtivo mais elaborado e compatíveis com sinais 4K e HDR, ou taxas de 18Gbps, e fique devidamente preparado. Para comprimentos mais longos, acima de 15m, recomenda-se alguma solução envolvendo extensores baseados em tecnologias HDBaseT, ou de fibra óptica, para não haver perdas de sinal.
* Texto originalmente publicado na edição 250. Para ver a matéria completa, inclusive detalhes sobre a nova versão HDMI que deve equipar os equipamentos em 2018, clique aquipara ver a edição digital da revista.
Materia Fonte: Revista Home Theater

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